terça-feira, 18 de março de 2014

No pós-maratona, provas de recuperação?!!!

Em outubro, no final da minha primeira maratona, fui atacado por fortes cãibras e andei uma semana cheio de dores nas pernas, mal podia andar e quase não corri. Só voltei às provas um mês depois.
Este ano, já membro da famosa equipa "4 ao km ", fui preenchendo o calendário e não dei importância ao facto de ter provas nos fins de semana a seguir à maratona de Sevilha. Bonito!!!
Quando pensei bem no assunto, claro que comecei a ficar com dúvidas se estaria em condições para estar presente nessas provas. Não seria o único nessa situação, a Isa e o João tinham o mesmo "problema".
Como disse no relato da Maratona de Sevilha, no final da prova tive uma ameaça de cãibras, mas nada comparado com o que me aconteceu em outubro. Na semana seguinte, consegui correr várias vezes e fiquei mais otimista em relação às tais outras provas.
A maratona não é uma corrida qualquer, exige um determinado tempo de recuperação, os treinos pós-maratona foram poucos e a ritmo lento.
 
Como nos iriamos portar, eu e os outros membros da equipa?
 
 

Ali diz 20 km, mas na verdade foram 21 km, esta foi uma das falhas da nova organização desta prova. Já reconheceram essas falhas, para o ano vai tudo correr melhor.

Linda! E a paisagem também.
Estávamos à vontade, o tempo limite da prova era 3 horas. Nas calmas fazia-se.
Fiz toda a prova com a Isa e para nosso espanto, sentimo-nos muito bem e corremos a um ritmo mais alto do que o previsto, nem parecia que tínhamos feito uma maratona uma semana antes. Nada de sofrimento, o corpo pedia para correr-mos mais depressa.
Como era altura de Carnaval, ainda nos rimos com as fatiotas usadas por alguns atletas.

A sorrir, uma semana depois da maratona!!!
 
 
Soubemos depois, o João teve de parar devido a uma dor no joelho. Fez bem, não era necessário arriscar.

Os "4 ao km" presentes, Eberhard, eu, Isa e João
 
Para primeira prova depois da maratona, não podia ter corrido melhor. Não acusámos o esforço. Como seria a próxima?
 
 

 
Há vários anos que faço esta prova e é sempre um prazer voltar. Nas Lezírias, a equipa foi reforçada com o Orlando e a Marta.
 
Eberhard, João, Marta, Isa, eu e Orlando
 
Nem imaginam a confusão que foi quando os fotógrafos nos viram
 
Mais uma vez, a ideia era não forçar muito e depois logo se via. Aconteceria o mesmo que em Cascais?
O João ia acompanhar a Marta e eu ia correr com a Isa ( um hábito muito agradável que eu tenho ).
Começámos lentos para ver o que dava, não se sabia como o corpo reagiria desta vez. Ao atravessar a ponte, um atleta disse à Isa que lia o seu blogue, conversa para aqui, conversa para ali, acabou por fazer a prova connosco. Aparentava cerca de sessenta anos e corria muito bem. Chamava-se Gabriel e foi uma excelente companhia.
Duas semanas depois da maratona e já com mais uma meia maratona nas pernas, não estávamos nada mal.  Sentia-se a diferença em relação à semana anterior, mas era um ritmo bastante aceitável.
No retorno, quando passámos pelo João e pela Marta, deu para ver que iam alegres e frescos. Gostámos de ver.
A certa altura, ainda se pensou bater a marca que a Isa fez em 2013. Foi por pouco, mas não foi possível.
Terminámos em boas condições físicas e isso é que interessava. Cortámos a meta juntos com o Gabriel.   
 
Eu, a Isa e o Gabriel
Assistimos depois, à chegada do João e da Marta. E que chegada!!!


Vejam bem este sprint. E aqueles sorrisos. Dizem tudo sobre o que é correr nos "4 ao km".
Foi mais uma manhã bem passada, na companhia de amigos e da minha Isa.


Próxima prova, Meia maratona de Lisboa.


A logística desta prova é sempre complicada, mas correr uma meia maratona em Lisboa é sempre aliciante. Não consigo faltar.

Será que era desta que íamos passar por dificuldades? Tendo em conta o calor que ia estar, parecia que sim.
Fui com o João Lima e a Isa, em Sete Rios iria juntar-se a Marta. Como fomos mais ou menos cedo, não tivemos grandes problemas em chegar ao local da partida.

Foi por aqui que entrámos
Encontrámos alguns amigos, como se pode ver na selfie que a especialista Isa tirou.

Pedro, João, Sandra, Nuno, Marta, eu e a Isa

O tempo até à hora de partida, foi passado na conversa, nas filas para o xixi da praxe e num pequeno aquecimento.
E também a tirar fotos.

 
Era um dia muito especial para a Marta, ia fazer a sua estreia numa meia maratona e notava-se a sua normal excitação. O João e a Isa iam apadrinhar essa estreia.
Ainda me lembro do que senti aquando da minha estreia, são sentimentos que ficam para sempre.
 
Depois de desejar-mos boa corrida uns aos outros, lá fomos todos atravessar a ponte e correr 21 km.
Nos primeiros km logo deu para ver que o calor ia ter um papel muito importante no desenrolar da prova.
Parecia que as dificuldades, que não apareceram nas duas outras provas, se tinham juntado para dar cabo das nossas expectativas. Antes dos 10 km, já dava para perceber que o objectivo teria que ser acabar a prova nas melhores condições possíveis. Não daria para mais. O frio dos últimos meses, habituou-nos mal.
 
Aqui ainda dava para sorrir
 
Aproveitámos os abastecimentos, não só para beber, mas também para refrescar a cara.
Costumo tirar fotos em provas, desta vez não tive muita vontade para isso. Resumia-se tudo a colocar um pé à frente do outro e esperar pelo final da prova. Quando passámos pelo João e pela Marta, percebemos que iam bem. A estreia da Marta estava a correr de feição. Isso era bom.
 

Na foto de cima, a nossa cara diz tudo. Estava-se perto da meta, só queríamos acabar.
Cortámos a meta com 2h12m, tanto a Isa como eu já fizemos melhor, mas isso era o que menos importava. Tínhamos concluído mais uma meia maratona, apesar das enormes dificuldades. E aprendemos sempre algo.

Que bem que soube aquele gelado!


Entretanto, o João e a Marta chegaram à meta. A Marta terminou com grande sucesso a sua primeira meia maratona. Mais uma grande atleta dos "4 ao km"!
No final da prova, os padrinhos Isa e João tinham uma pequena surpresa para a campeã.
Houve direito a bolo e a uma prenda, uma almofada com a foto dos padrinhos e da afilhada.

Parabéns Marta!!!
 
 
Resumindo, conseguimos ultrapassar todas as dificuldades destas três provas.
Se calhar temos abusado, mas apesar das dificuldades desta última prova, estamos em razoáveis condições físicas. Aguentámos estas três semanas sem grandes mazelas. 
 
Agora, eu e a Isa temos duas semanas para recuperar bem antes de nos dedicar-mos aos trilhos. E que desafios temos pela frente!
 
 

quinta-feira, 6 de março de 2014

Maratona de Sevilha

 

Como tinha dito no post anterior, a preparação para esta maratona não foi a melhor, por isso ia correr sem pensar em tempos e acima de tudo, divertir-me nos três dias que passaria em Sevilha. Divertir-me na companhia da namorada e de amigos, uns que também iam correr e outros que iam apoiar.
A viagem para Sevilha correu lindamente, fomos pelo algarve e parámos várias vezes para esticar as pernas e ver alguns locais. Um desses locais foi Isla Antilla, onde almoçámos.
Como podem ver em baixo, a malta estava animada.


A única coisa que estragou o ambiente, foi a notícia de que a  Carla e o Jaime tinham tido problemas com o carro e já não iriam a Sevilha. Foi um choque!
A Carla estava em grande forma e ia de certeza fazer uma grande maratona. Vão haver mais oportunidades, nessa altura já na companhia do Jaime. Mas foi pena.

Chegados a Sevilha e depois de instalados no hotel, logo tratámos do levantamento dos dorsais.

À porta da feira da maratona



Ao entrar na feira da prova, sentia-se a excitação de todos os que iam correr uma maratona no dia seguinte. Não era uma prova qualquer, era uma prova com 42,195 metros e com cerca de 9 mil atletas participantes, quase mil eram Portugueses.

Nuno, Sandra, João, Orlando, eu e a Isa
 
Já com os dorsais, ficámos por lá a visitar os diversos stands presentes. Demorámos um pouco mais no da maratona do Porto, estivemos à conversa com o organizador da prova.
Gostei de o ouvir falar na prova em que vou participar a 2 de novembro.
Estava a ser um grande dia, mas o pessoal já apresentava algum cansaço. Regressámos ao hotel, jantámos e fomos para os quartos descansar.
O pequeno almoço foi às 6.30h da manhã, nessa altura deu para ver que o João não estava nada otimista em relação à sua participação.
Pessoalmente não dormi grande coisa, é sempre assim na véspera das provas.
Depois de um bom pequeno almoço, fomos para o local da partida que ficava algumas centenas de metros afastado do estádio olímpico, local onde estava instalada a meta.
Estava muito frio.
Encontrámos algumas caras conhecidas, tendo em conta o número de Portugueses inscritos, o complicado era não encontrar. É uma sensação muito boa, ouvir falar a nossa língua num país estrangeiro.
 
A minha linda companhia durante toda a prova


Orlando, Isa, eu e João
Estava previsto serem 6 elementos, faltavam a Carla e o Jaime :(


Sandra, Orlando, Isa, eu, João
Nuno
Tiradas as fotos da praxe e feito um pequeno aquecimento, tomámos o nosso lugar na zona da partida.
Não comentei com ninguém, mas nessa altura estava com algumas dúvidas em relação à minha participação. Será que a preparação foi a suficiente para acabar uma maratona? Será que as cãibras que tive na maratona de outubro iriam aparecer novamente? Como ia acompanhar a Isa, não queria fazer má figura :)
Entretanto, começa a prova e depressa esqueci esses pensamentos. Ainda bem.
O que estava mais ou menos previsto era, o Orlando ia à sua vida ( era o mais rápido do grupo), o Nuno e a Sandra fariam a corrida juntos, o João ia fazer a prova a um ritmo que tinha na cabeça (nessa altura ainda não se sabia bem qual era esse ritmo) e eu ia tentar acompanhar a minha Isa.
Passado o primeiro km, eu e a Isa ficámos separados do resto do grupo e colocámos um ritmo bastante calmo. Sempre era uma maratona e nós não tínhamos a preparação ideal. Aproveitámos o momento, estávamos juntos em Sevilha a correr uma maratona. Que maravilha!
O João parecia possuído pelo espirito de um Queniano, foi por ali fora e só muitos km depois é que o voltaríamos a ver. Na altura pareceu uma tática maluca, mas nem tudo o que parece é.
Vimos alguns atletas Portugueses conhecidos, outros não conhecíamos mas meteram conversa connosco. Estava a ser uma festa!
Os primeiros 10 km foram relativamente calmos, a partir daí não sei o que deu à Isa, só queria correr abaixo dos 6 min/km. Eu bem a avisava "Olha que vamos muito rápido, não treinámos para isto", escusado será dizer que não me ligou nenhuma. E lá fui com ela.

Nestas fotos ainda estávamos frescos.

 

Mais ou menos até aos 20 km, o nosso ritmo foi sempre vivo e eu continuava com muitas dúvidas sobre a nossa capacidade de aguentar a coisa. Estávamos bem, o problema é que ainda faltavam mais 22 km.
Perto da meia maratona, vemos ao longe o João a andar, quem é que o mandou correr daquela maneira?
Quando chegámos ao pé dele, estava a dar Hi5 a umas crianças e parecia contente. Disse para continuar-mos que ele estava bem. Assim fizemos.
Daqui até aos 30 km, fomos um pouco abaixo e andámos por algumas vezes. O calor já se fazia sentir com mais intensidade e a nossa hidratação não estava a ser a melhor. Nos abastecimentos, a água era dada em copos, correr e beber por um copo não dá jeito nenhum. Muita água se desperdiçou. A partir de certa altura, passámos a andar nos abastecimentos para poder beber em condições, não podíamos arriscar ficar desidratados. O beneficio foi muito superior aos poucos segundos gastos a andar.

Alguns atletas eram uns autênticos palhaços
A maratona de Sevilha tem muita gente nas ruas a apoiar, mas a partir do km 30 ainda se sentiu mais o apoio do público. E é por essa altura que o apoio é mais preciso.
Ruas cheias de gente a aplaudir e também algumas bandas a tocar musicas bem conhecidas.
Em certos sítios, as pessoas formavam corredores por onde nós passávamos, quase que eramos obrigados a correr mais rápido. Uma sensação incrível!
Corremos em zonas de esplanadas e em jardins. Corremos também pela bonita Praça de Espanha, com as pessoas muito perto dos atletas.
Os populares gritavam "animo, animo", nalguns casos juntavam o nosso nome "animo Isadora" " animo Jaime". Só quando a Isa desata ás gargalhadas é que percebo que aquilo do "animo Jaime" era comigo.

Quem é que  tem um sorriso bonito, quem é?
Claro que sou eu, mas não nesta foto.
E chegámos ao km 40, as pernas já acusavam o esforço. Por esta altura toca o alarme para os meus lados, aparecem pequenos sinais de cãibras. Tenho de andar por algumas vezes, a Isa acompanha-me. Houve alturas em que ela ia pior, agora era eu a estar em dificuldades. Estivemos sempre juntos.

Aqui já estávamos perto do estádio

Entrada para o estádio
Quase a entrar no estádio, a minha perna esquerda é atacada por uma cãibra um pouco mais forte, estamos a umas centenas de metros da meta!!!!
Já dentro do estádio, estico a perna, estico os dedos das mãos e tento aguentar-me, não vou morrer na praia.
A Isa vê o meu sofrimento e dá-me força para continuar "está quase, é já ali". Vai dando para correr, embora não muito rápido. Sei que vamos conseguir.










Damos as mãos e cortamos a meta da nossa primeira maratona, a primeira feita em conjunto. Acabámos a prova com o tempo de 4h39m, uma marca espetacular, tendo em conta o pouco que treinámos.
Isa, adorei todos os metros percorridos a teu lado. Passámos por muitas dificuldades, mas juntos conseguimos ultrapassar tudo. Teremos sempre Sevilha.

Sevilha foi boa para os atletas do grupo, todos terminaram a maratona.
O Orlando chegou perto das 4h de prova, a Sandra (estreia na maratona ) e o Nuno fizeram 4h19m e o João terminou com 5h08m. Quando nos encontrámos, já fora do estádio, era muita a emoção entre todos os elementos do grupo.

Obrigado Mafalda, pela sandes de tortilha, já estava a ficar resmungão com a fome :)

Seis atletas felizes por terem terminado uma maratona
Um pouco mais tarde no hotel, todos os atletas foram presenteados com um bonito troféu da autoria do Nuno.

Este é meu e da Isa.


Obrigado Nuno, pelo bonito troféu.
De tarde tivemos um treino de recuperação, andámos durante 1h30m à procura de um determinado restaurante. Valeu bem a pena, a paella estava uma maravilha. Foi uma bonita confraternização, depois de um grande esforço.

No dia seguinte ainda estávamos um pouco doridos, mas sentimos que a caminhada do dia anterior nos tinha feito bem.
Aproveitámos a manhã para passear por Sevilha, uma cidade que nos deu tanto.


Isa, eu, Mafalda, João, Orlando, Nora, Margarida, Joana, Sandra, Nuno e Ricardo
 
Quero agradecer a todos os amigos desta aventura, foram três dias maravilhosos.
Quero também agradecer ao Jaime, por me ter permitido correr com o seu dorsal. Foi pena  o problema que tiveram com o carro, a Carla ia ter uma grande estreia na maratona.

Um agradecimento especial à Isa, tem sido muito bom correr a seu lado.